O Evangelho que a Igreja nos oferece neste 17º Domingo do Tempo Comum apresenta a tão conhecida passagem sobre Jesus, à beira do mar da Galileia e rodeado por multidões famintas, que se compadece e “multiplica os pães”.
Assim que Jesus vê a multidão faminta, logo manda que se providencie o necessário para sanar esse problema. No pão distribuído aos necessitados, mais que um mero alimento a curar o mal da fome, vemos a doação do próprio Cristo, Pão da Vida, que alimenta multidões, e não se extingue.Ele sacia não só a fome material, mas também a fome espiritual.A oferta que Jesus faz de si mesmo, sem limites, é capaz de não somente saciar o homem em suas fomes, mas capaz de enviar esse mesmo homem a anunciar essa boa notícia, apontar a todos o local onde se encontra a mesa farta, preparada para a grande festa dos filhos de Deus.
No sinal dos pães apresentado pelo evangelista João, alguns momentos são muito significativos, como a ação de graças, cujo temo grego nos remete diretamente à Eucaristia. Hoje, da mesma forma, Ele continua a se fazer presente na Eucaristia por amor a nós, convidando-nos à plena comunhão com Ele e saciando nossa fome e sede de sentido, de esperança, de vida. Não é mero detalhe na vida da Igreja, mas a própria vida da Igreja, como doação do próprio Senhor à sua amada esposa; pela Eucaristia, nos unimos mais intimamente a Cristo e à Igreja. Assim cantamos na Solenidade de Corpus Christi: “É por todos recebido, não em parte ou dividido, pois inteiro é que se dá! Um ou mil comungam dele, tanto este quanto aquele: multiplica-se o Senhor”.
Os sinais apresentados no Evangelho apontam para essa realidade maior, que é dada abundantemente na Igreja e se cumprirá definitivamente no Reino dos Céus. Também no deserto de nossa existência muitos se apresentam com cinco pães e dois peixes; outros se apresentam extremamente fragilizados, pedindo uma migalha de pão. Tais dons, por si só, não seriam capazes de nos saciar plenamente, mas com Cristo isso se consuma, pois Ele é o verdadeiro Pão que desceu do céu. O poder misericordioso de Deus que agiu com o povo faminto na multidão daquele tempo, age também no hoje da Igreja, alimentando e enviando os amigos de Cristo a alimentar os famintos. Lembremos que o pão que nos alimenta é dom de Deus, sempre mais do que necessitamos e por isso, não pode ficar reservado como um dom particular, individual, mas repartido com aqueles que ainda estão sentados aguardando um pedaço de pão ou uma migalha de amor.
Cleyton Weliton Fernandes
II ano da Etapa Configurativa - Teologia
Arte: "E eles vieram de todas as partes para Ele" Mc 1,40 – Macha Chmakoff
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