A simplicidade do gesto de Jesus no evangelho deste domingo nos desconcerta! Jesus fala, num primeiro momento, de seu destino: o Filho do Homem sofrerá, morrerá, mas no terceiro dia ressuscitará (cf. Mc 9, 31), porém os discípulos não estão afinados com o pensamento do mestre e discutem quem é o maior entre eles (cf. Mc 9, 34).
Os discípulos conversam e discutem, estão dispersos. Jesus reúne os doze e, com um simples gesto, apresenta-lhes um grande ensinamento: “se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos” (Mc 9, 35). É uma contradição. Jesus vai na contramão da lógica e do modo de pensar e agir de seu tempo e também do nosso.
A criança, sem valor e nenhuma importância para aquela cultura, agora ocupa o centro da conversa. O mestre quer mostrar para os discípulos que buscam reconhecimento e cargos que o projeto do Reino de Deus é diferente...tão simples que eles não podem compreender.
E a simplicidade do projeto de Jesus continua nos assustando! Hoje somos nós os discípulos-missionários de Jesus que, muitas vezes, ainda continuamos discutindo quem é o maior. Deixemo-nos ser crianças! Como a criança do evangelho de hoje que permite ser acolhida e abraçada pelo bom mestre, sem medo e sem receio, pois “é o Senhor quem sustenta nossa vida” (cf. Sl 53).
O seguimento de Jesus exige um coração de criança! Não existe lugar para o Reino de Deus num coração soberbo, que deseja ocupar o melhor lugar. O projeto de Jesus não encontra espaço nas discussões inúteis de superioridade. Permitamo-nos acolher o plano de Deus para nossa vida e fazermo-nos servos, colaborando naquilo que o Senhor pede a cada um de nós. Simples como as crianças...simplesmente servos humildes!
Guilherme A. Portugal – 2º Ano da Etapa Configurativa – Teologia
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