Caríssimos irmãos e irmãs, dentro do ano litúrgico, encerramos neste domingo o tempo do Natal. Ao longo de duas semanas, meditamos o nascimento do Salvador, a sua manifestação e agora celebramos a Solenidade do Batismo do Senhor, início da vida pública de Jesus.
No mistério da encarnação, Jesus assumiu em tudo a condição humana, menos o pecado. Submeteu-se ao Batismo mesmo sendo o Filho de Deus, e o fez como gesto de humildade e sinal de salvação. Por amor e obediência a Deus Pai, sujeitou-se à morte a fim de que todos alcançassem a vida e ressurreição.
O Batismo é a base fundamental de todos os demais sacramentos e a porta de entrada à vida eclesial. Através dele o homem deixa de ser mera criatura e se eleva ao status de filho de Deus, liberto dos pecados, incorporado à Igreja e feito membro de sua missão.
Sujeitar-se ao batismo, mesmo sem haver necessidade, foi da parte de Cristo um agir coerente ao seu testemunho, que revelou que pela unção do Espírito todos tornam-se um só corpo, todos irmãos, chamados a realizar a justiça, o amor, a solidariedade e todas as vontades do Senhor. Quem assim procede, torna-se agradável a Deus e sobre este permanece sempre a graça e a unção do Espírito Santo, nos diz São Paulo nos Atos dos Apóstolos (At 10, 34-38).
O Messias veio e nos trouxe a salvação, concedeu a todos vida plena e libertação. Porém, aquela multidão que se encontrava no rio para ser batizada acreditava que o messias era João Batista, isto é, não reconhecia ainda que Jesus era, de fato, aquele que haveria de vir e resgatá-la da escravidão e da morte. João Batista batizava com o anúncio à conversão. Portanto, ao batizar Jesus, o anúncio de conversão tornou-se mensagem de salvação. Ao ser batizado pelas águas do rio, sobre o Nazareno desceu o Espírito Santo sob a forma de uma pomba e do céu ressoou uma voz: “esse é o meu filho amado, em ti ponho todo o meu bem querer”.
Da mesma forma, quando nos submetemos ao batismo, somos por Deus chamados de “filhos amados”, sobre os quais ele derrama toda graça e bem querer. Pela água e pelo Espírito, nos tornamos membros do corpo de Cristo que é a Igreja, recebemos a missão de manter vivo e coerente o compromisso com Deus, com o próximo e com a Igreja. O Batismo é a raiz de nossa vida em Deus, onde brota a fonte da vida eterna emanada do mistério pascal de Cristo.
Que assim possamos todos os dias recordar desta data tão especial em nossas vidas, suplicando sempre, fervorosamente, a unção do Espírito Santo que nos guia, nos ilumina, nos orienta e nos auxilia na busca diária da salvação. Amém.
DANIEL AGUIAR DE OLIVEIRA FIRMINO
1º ANO DA ETAPA DO DISCIPULADO – FILOSOFIA
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