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  • Foto do escritorSeminário Nossa Senhora das Dores

12ºDomingo do Tempo Comum

O evangelho de Marcos, que estamos ouvindo ao longo dos Domingos do Tempo Comum deste ano (ano B), busca apresentar às primeiras comunidades, e também a nós, quem é Jesus. Quem é este homem que fala em parábolas (cf. MC 4,33), que parece estar fora de si (cf. Mc 3, 21) e que tem poder até sobre as forças da natureza?

Hoje a Liturgia nos apresenta o relato da "tempestade acalmada" (Mc 4, 35-41). O mar representava, na mentalidade bíblica, a controversa realidade da calmaria e da agitação, estando envolvido por mistérios e perigos. Em meio ao caos da tempestade, pela palavra de Jesus tudo se tranquilizou. Mas só a palavra criadora de Deus seria capaz de tal feito. Ou seja, aos poucos o evangelista responde à questão que se propôs: Jesus é Deus, é a Palavra pela qual tudo foi realizado (cf. Jo 1, 3) e que, por isso, tem poder sobre tudo.

Esse poder misterioso e fascinante supera infinitamente a grandeza e majestade do mar e atinge a vida humana em sua plenitude. Pessoalmente, compreendemos que o Senhor está conosco em nossas agitações interiores, em meio às preocupações e aos desafios do cotidiano. Estar na barca de Cristo não significa ser isento dos obstáculos e dos perigos, mas confiar que Ele está conosco e que, por isso, nada temos a temer.

Em sentido eclesial, vemos que a Igreja é conduzida pelo Cristo. Não por acaso ela é simbolizada pela barca e, como barco em alto mar, muitas vezes está sujeita aos ventos contrários ao evangelho, à perseguição e à indiferença. Porém, não há motivo para desesperança ou pessimismo, porque o Senhor não deixa à própria sorte a comunidade que elegeu.

Por fim, socialmente, percebemos que também a humanidade não está relegada ao aparente destino sombrio e fatal. Na história, sempre houve "tempestades" que assustaram o ser humano: guerras, epidemias, tragédias naturais, políticas contrárias à dignidade humana... Tudo isso são ocasiões que nos mostram nossa fragilidade e, consequentemente, a necessidade de sermos amparados por quem nos aponta um modo novo de viver (cf. 2Cor 5, 14-17): o próprio Jesus, Senhor da história.

Assim, que este domingo nos inspire a viver a confiança e a fé no Senhor, libertando-nos do medo; abra nossos corações à esperança e à conversão, ajudando-nos a viver como homens novos, unidos a Cristo; e nos mostre que Deus está conosco, mesmo quando parece estar dormindo, nos sustentando e convidando a permanecer com ele para agirmos em defesa da vida, do amor e da verdade.

Gabriel Henrique da Silva - 2º Ano de Teologia

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