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  • Foto do escritorSeminário Nossa Senhora das Dores

DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR


Queridos irmãos e irmãs em Cristo, chegamos à Semana Maior da nossa fé, a Semana Santa. E iniciamos essa caminhada com a celebração do Domingo de Ramos da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Isso mesmo! Ramos e Paixão se entrelaçam nessa mesma celebração. O verde, da esperança, raro em terras áridas como Jerusalém, colore os ramos usados para acolhida de Jesus na Cidade Santa. Era a esperança renovada de um povo que há séculos aguardava a chegada do Messias prometido. Temos aí a primeira atitude, de aclamação, como nos diz São Marcos: Muitos estenderam seus mantos no caminho, outros espalharam ramos apanhados no campo. Os que iam à frente e os que vinham atrás clamavam: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! (Mc 11, 8-9). Era a súplica e ao mesmo tempo a ação de graças do povo de Deus ao teu Senhor.

Mas o que eram súplicas e ação de graças tornou-se gritos de fúria e condenação: Crucifica-o! Crucifica-o! (Mc 15, 13-14). O mesmo que fora aclamado agora é condenado à morte mais humilhante da época. Deixaram o verde e a esperança de lado para vislumbrarem o vermelho do sangue derramado ao decorrer do tortuoso e íngreme caminho da Cruz. Sangue que na linguagem bíblica representa a própria vida. Vida doada, entregue em favor da humanidade. Nas palavras do apóstolo Paulo: Jesus Cristo humilhou-se a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz (Fl 2, 8).

O Domingo de Ramos da Paixão do Senhor apresenta-nos o melhor e o pior da humanidade. Uma humanidade que reconhece e acolhe seu Deus e Senhor e logo adiante deixa-se levar por senhores raivosos e vingativos, tornando-se uma massa cega e furiosa, capaz de aclamar um assassino e condenar à morte o Rei da Vida. Nas palavras de Santo André de Creta: vinde subamos ao encontro de Cristo que hoje se encaminha voluntariamente para aquela venerável e santa Paixão, mas em vez de mantos ou ramos sem vida, em vez de folhagens que alegram o olhar por pouco tempo, mas depressa perde seu verdor, prostremo-nos aos pés do Cristo. Não ofereçamos mais ramos e palmas ao vencedor da morte, porém o prêmio da sua vitória (Oratio 9 in ramos palmarum: PG 97, 990-994). Ofereçamos nossa vida redimida na Cruz. Ofereçamo-la dia a dia, com palavras e gestos, com súplicas e ação de graças, ainda mais em tempos difíceis, como o atual.

O termo hosana, convida-nos a uma súplica por salvação, por isso, invoquemos Aquele que sempre olha por nós: Salve, ó Filho de Davi, essa humanidade que padece nas dores de uma peste! Salve, ó Rei da Vida, esse povo flagelado por tantas mortes. Adentra novamente em nossas vidas, trazendo a esperança de dias melhores. Hosana no mais alto dos céus! Amém.


Rafael Sebastião da Silva - IV Ano da etapa configurativa (Teologia)

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