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Foto do escritorSeminário Nossa Senhora das Dores

Quarta-feira de Cinzas: com os olhos na Ressurreição, caminhemos em conversão



A Quarta-feira de Cinzas marca para nós o início da Quaresma, que corresponde ao primeiro tempo do Ciclo da Páscoa. Essa consciência é importante para não vivermos de modo tão dedicado o Tempo Quaresmal e depois acabarmos vivendo o Tempo Pascal como se fosse comum. A Quaresma é o período em que nos preparamos para a vivência do Tempo Pascal: o ponto mais alto do nosso ano litúrgico, ao lado do Natal de Nosso Senhor. Celebraremos a grande alegria da Ressurreição.

Essa preparação é feita a partir da celebração em que, pondo cinza abençoada sobre nossas cabeças, nos reconhecemos necessitados da conversão. E essa conversão se vive a partir das três práticas apontadas por Jesus aos seus discípulos, no Evangelho de hoje (Mt 6,1-6.16-18): a caridade discreta, o jejum silencioso e a oração íntima. Em primeiro lugar, Jesus orienta-nos quanto à caridade (Mt 6,2-4), que é o amor concretizado. Ela ajuda a nos convertermos na relação com os outros, especialmente os mais necessitados. E a Igreja no Brasil nos facilita a vivência dessa dimensão da conversão através da Campanha da Fraternidade, que neste ano é celebrada em comunhão com as outras comunidades cristãs associadas ao Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC). E tem como tema: “Fraternidade e diálogo: um compromisso de amor”, e como lema: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef 2,14a). Assim, como Igreja e com a Igreja nos aperfeiçoaremos na tarefa de ouvir, sobretudo os que têm sido menos ouvidos, e buscaremos possíveis respostas amorosas e concretas.

A segunda prática é o jejum, que a Igreja nos orienta a fazer na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa, mas que também pode ser feito nas outras sextas-feiras do ano, conjuntamente à abstinência de carne (CIC, cc.1249-1253). Através dessa prática nos reconciliamos conosco mesmos, evitando que as nossas paixões e vontades desordenadas nos escravizem. Com isso tomamos as rédias da nossa vida, de modo que a vontade de Deus seja nela factível. E a terceira prática é a oração, que ajuda na nossa conversão na relação com Deus. A Igreja nos facilita vivenciá-la através de diversas iniciativas, como a participação diária na Santa Missa; a oração da Via Sacra, a vivência do Retiro Popular Quaresmal e do Dia do Senhor em Família; e a intensificação da oração pessoal e familiar.

Que o Espírito Santo nos fortaleça e acompanhe nesse período! E que nossa Páscoa seja, mais que um tempo de tirarmos o atraso em tudo o que deixarmos de fazer na Quaresma, a colheita dos frutos produzidos pela graça de Deus unida aos nossos esforços. E que a Virgem Maria nos acompanhe, com seu testemunho e intercessão. Amém.


Sandro Araujo

Seminarista do IV ano da Etapa Configurativa.

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